segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Terra Mítica




Este poema/canção vem do longínquo ano de 2000. Composto durante a noite, numa aula de matemática ministrada por uma professora repressora e preconceituosa. Eu cursando ensino médio técnico, ainda assinava "Rhodrigo", pensando na minha banda de metal, esoterismo, doido para chegar logo em casa e ler mais Ted Andrews.
Não foi difícil me desligar por completo da aula e visitar o mundo com o qual estava familiarizado. Mundo este inspirado por Blind Guardian, Tolkien, Marion Zimmer Bradley, Ted Andrews e uma infinidade de lindos espíritos benfazejos.
Depois de pronto o poema, mostrei ao Cezar, meu futuro ilustrador e parceiro de banda na época. No dia seguinte ele me ligou dizendo que havia composto uma música usando meu poema como letra. Achei formidável.
O tempo passou. Nossa banda se foi. Com ela, várias coisas que criamos juntos. Este poema ficou guardado com ele durante anos. Coisa de uma semana lhe faço uma visita e ele me mostra o poema.
Repito suas palavras ditas há muitos anos: "Algumas coisas são eternas."


Terra Mítica – Rhodrigo

Terra Mítica, eu a vi
Púrpura como a noite
Se estendendo sobre florestas
E riachos que correm velozes

Terra de bardos e guerreiros
E anões fazedores de tesouros
Que habitam em cavernas
Guardadas pela sombra de Durin

Em cristalinos lagos
Belas ninfas se banham ao sol
Brincando com a água
Que escorre pelo rosto e volta para o lago

Duendes correm por entre trevos
Rumo ao arco-íris
Procurando potes de ouro
Rumo ao arco de Íris

Terra Mítica, eu a vi
Púrpura como a noite
Se estendendo sobre florestas
E riachos que correm velozes

Luas verdes e azuis
Dançam no céu
Guiando e ensinando
Sacerdotes e magos

Na antiga floresta
Velhos carvalhos
Murmuram doce melodias
E tocam com bardos

E há elfos que protegem florestas
Sonhando acordado
Ao lado de homens mortais
Embalados em batalhas medievais

Há gnomos que curam lebres,
Raposas e aves
E há unicórnios que se escondem
Por entre macieiras

No jardim, a mais bela fada
Mora em uma roseira
Artemísia é seu nome
A princesa das flores

Envolta em arbustos
Seus olhos transbordam
Amor e alegria
E sua fragrância inunda o jardim

Terra Mítica, eu a vi
Púrpura como a noite
Se estendendo sobre florestas
E riachos que correm velozes

E há espadas encantadas
Fincadas em pedras
Guardadas em cavernas
E há Merlins e Arthurs

Para encontrá-los basta acreditar,
Imaginar e sonhar
Feche seus olhos
E poderá vê-los... também

Em 09/06/2000, durante uma aula de matemática

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Lamentações de Jacob Green


Este poema compus no trabalho, durante o intervalo. Ele é um dos poemas que colocarei na minha série. É um, dos muitos, momentos de introspecção de Jacob, um dos personagens centrais. Compus inspirado na música Darkness be my friend, do genial mestre Bruce Dickinson.

Lamentações de Jacob Green

Fria, a luz do sol cai
Um solitário homem em silêncio
Lembra-se do burburinho do ontem
Enquanto lágrimas escorrem pelo seu rosto

Campos abertos são sua morada
Uma bela paisagem melancólica
Perdida em pensamentos que ele não teve
E ele só pode culpar a si mesmo

O peregrino não irá procurá-lo
O mar não encontrará seu rochedo
Somente a relva será testemunha
Que, fria, a luz do sol cai


Em 14/06/2011