quinta-feira, 28 de julho de 2011

Vaya con Dios


O post de hoje é especial. Faço aqui algo que nunca pretendia neste blog. Há uns meses imaginei que o vício em Los Panchos duraria pouco tempo, mas me enganei, porque eles chegaram para ficar. E não há mesmo como não sucumbir a suas letras. São marcantes, profundas e, pelo menos em mim, promovem uma reflexão que de certa forma chega a mexer com minha vida.
A música em questão é Vaya com Dios. Logo me chamou a atenção que lembra aquelas musiquinhas tristes do Chaves, se não me engano, do fim do episódio das Férias de Acapulco. Aquele início em valsa é de uma tristeza bela, se é que se pode chamar assim, e o violão de Alfredo Gil também é um dos mais impressionantes, porque traduz fielmente o sentimento da canção.
Mas o objetivo do post não é a música em si, mas sim o que ela evoca. Ela fala de um eu-lírico que reconhece o momento da despedida, mesmo desejando não fazê-la. Logo recordei vários momentos da minha vida. Lembrei quedas, dores, momentos difíceis, de erros e dúvidas. De medo. Mas também recordei bons momentos, felizes e alegres, como um sol radiante. E foram esses bons momentos que me fizeram seguir pela estrada que sigo hoje. E muito feliz estou nela.
Realmente me sentiria como o eu-lírico de Vaya com Dios se não tivesse essa mulher comigo hoje. Se não estivéssemos juntos cantaria esta canção – não a plenos pulmões, porque não é o espírito da fúria passional que a rege, mas – com a mais doce, e embargada, das vozes. Haveria um carinho todo especial, assim como Albino (ou Julito) fez, quando minha voz passeasse por Adonde tu vayas, yo voy contigo / En sueños junto a ti yo estaré e meus votos seriam os mais sinceros, todas as vezes que cantasse em La alborada al despertar feliz te espera / Si en tu corazón yo voy a donde quiera
Outra coisa que Vaya con Dios me ensinou é que o amor não aprisiona. Ele quer bem. É aquela velha estória do passarinho da gaiola aberta – mas, claro, sem a conotação do “galinha de casa não se corre atrás”. Vivendo livres, vivemos melhor, temos uma vida inteira para aproveitar o que o amor tem de bom a nos proporcionar.
E se não fosse dessa maneira, é justo que o amor buscasse outro amor, percorrendo a estrada de tijolos amarelos, entrasse no barquinho em forma de cisne para atravessar a ponte. Ficaria a lembrança, do que foi e do que poderia ter sido.
É triste? Sim, é. É amedrontador? Também. Mas somente percorrendo esta estrada se pode ter confiança de é ela mesmo e não há outra. E escrevendo esse post agora me ocorreu que em minha estória de amor posso dizer, ao invés de vaya com Dios, venga com Dios.
Te amo, mi chica.