Certa vez ouvi uma estória, de um povo que vivia em torno de um lago. Não eram parentes, mas aquela vida os unia. E também os separava, em suas incontáveis diásporas...
A garça
Lá havia uma garça
Que graça abria ao
sol
As asas em esparsa
Saudando o arrebol
Tão brancas suas
asas
Qual lume de faróis
Orações de mãos
dadas
Os Deuses em seus
róis
E a Galícia
silencia
Os filhos que
partiram
As pobres galés
giram
No garcês que
adormecia
A noite enfim veio
Trazendo seu negrume
Inflando de chaga o
peito
Cerrando todo o lume
No campo de centeio
O dramático e
fúnebre
Da garça o gorjeio
Último e fatal gume
Rodrigo Martins
Em 21/05/2017
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