quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Nocturnal

Um dos mais recentes sonetos que compus, voltando à antiga forma lunar, com a intensidade de Cruz e Sousa, o aparato imagístico do mestre Alphonsus e  ambiência de Poe.
Bonita pérola.
Me orgulho dessa dor.

Nocturnal

O coração que palpita na noite
É o mesmo que banhado pela foice
Espectral ao ver-te colher flores
Sorriu-se assim em música de teus odores

É a mesma noite que se faz em mim
Noite que urra sem nunca ter fim
Melancolicamente se abate
Como um gavião horrendo por toda parte

De sombras minh’alma se cobre
E deita em submerso leito
Por mais que por teu ser ore

Nunca a mim teu riso vem
Em fria pedra como em teu peito
Aqui espero por ninguém

Rodrigo Martins

Em 10/09/2012.


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