Um dos mais recentes sonetos que compus, voltando à antiga forma lunar, com a intensidade de Cruz e Sousa, o aparato imagístico do mestre Alphonsus e ambiência de Poe.
Bonita pérola.
Me orgulho dessa dor.
Nocturnal
Bonita pérola.
Me orgulho dessa dor.
Nocturnal
O
coração que palpita na noite
É
o mesmo que banhado pela foice
Espectral
ao ver-te colher flores
Sorriu-se
assim em música de teus odores
É
a mesma noite que se faz em mim
Noite
que urra sem nunca ter fim
Melancolicamente
se abate
Como
um gavião horrendo por toda parte
De
sombras minh’alma se cobre
E
deita em submerso leito
Por
mais que por teu ser ore
Nunca
a mim teu riso vem
Em
fria pedra como em teu peito
Aqui
espero por ninguém
Rodrigo Martins
Em 10/09/2012.
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